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Lula e Galípolo: Nova Era na Relação entre Governo e Banco Central

Lula e Galípolo: Nova Era na Relação entre Governo e Banco Central

Novo presidente enfrenta desafios e busca manter autonomia.

A confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Gabriel Galípolo marca um novo capítulo na relação entre o governo e o Banco Central, que terá um novo presidente a partir desta quarta-feira (1º). Essa relação próxima entre Lula e Galípolo é considerada um teste para a autonomia da instituição, que foi estabelecida em 2021 e que agora enfrenta novos desafios.

Gabriel Galípolo já esteve envolvido em discussões sobre o pacote fiscal elaborado pelo ministro Fernando Haddad, o que indica que ele terá um papel ativo na administração. Em um vídeo recente, Lula garantiu que não interferirá nas decisões do Banco Central, apesar de ter feito críticas à autonomia do órgão em momentos anteriores. Economistas, no entanto, levantam preocupações sobre a credibilidade da instituição, dada a ligação estreita de Galípolo com o governo.

Henrique Meirelles, que já ocupou a presidência do Banco Central, defende que a proximidade entre Galípolo e o governo não deve ser vista como um obstáculo, desde que as decisões sejam baseadas em critérios técnicos e não em pressões políticas. Ele adverte que a percepção de interferência pode afetar negativamente as expectativas em relação à inflação, que atualmente estão acima da meta estabelecida de 3%.

Com a Selic fixada em 12,25% ao ano, Galípolo assume o comando do Banco Central em um contexto de aumento das taxas de juros. A partir de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) contará com uma maioria de membros indicados pelo governo Lula. Meirelles considera que a sinalização de Lula é positiva, mas enfatiza que a autonomia do Banco Central é garantida por legislação e não deve ser influenciada por opiniões externas.

Ele faz uma analogia entre a independência do Banco Central e a atuação de instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal de Contas da União (TCU), ressaltando que os presidentes desses tribunais não costumam frequentar o Palácio do Planalto com regularidade. Essa comparação destaca a importância de manter a autonomia das instituições para garantir a estabilidade econômica e a confiança do mercado.

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