Diplomacia Brasileira em 2024: Desafios e Conquistas no Cenário Internacional

Cúpula do G20 e acordo Mercosul-UE são destaques do ano.

A diplomacia brasileira considera 2024 um ano de conquistas, com destaque para a cúpula do G20 realizada no Rio de Janeiro e a formalização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Contudo, a relação com alguns países vizinhos e outras nações gerou tensões, o que pode complicar os planos do Itamaraty em um 2025 que promete ser desafiador no cenário internacional.

A recente eleição de Donald Trump nos Estados Unidos representa um novo obstáculo, uma vez que ele anunciou a intenção de aumentar tarifas e adotar uma postura mais rígida em negociações bilaterais. O Brasil foi mencionado por Trump como um dos países que “cobram muito” em tarifas, o que sugere que a diplomacia brasileira terá que se adaptar a essa nova dinâmica nas relações com os EUA.

Em 2025, o Brasil será o anfitrião da cúpula do Brics, um evento que pode gerar controvérsias, especialmente em função da crise entre Israel e Palestina. A comparação das ações de Israel em Gaza com o Holocausto pode acirrar os ânimos. Além disso, o Brics está promovendo o uso de moedas locais no comércio internacional, o que pode reduzir a dependência do dólar, uma medida que Trump já sinalizou que poderá retaliar com tarifas.

Apesar dos desafios, o Itamaraty comemora os progressos no acordo entre a União Europeia e o Mercosul, além do sucesso da cúpula do G20. A relação com o presidente argentino, Javier Milei, foi marcada por tensões, mas também por um pragmatismo que resultou em avanços significativos no setor energético entre os dois países.

A situação com a Venezuela se tornou mais complexa após a reeleição de Nicolás Maduro, que o Brasil não reconhece. O Itamaraty enfrenta o desafio de manter um canal de diálogo com o governo venezuelano, especialmente com a posse de Maduro prevista para janeiro de 2025, o que pode dificultar ainda mais as relações.

O ano de 2024 se encerrará com a realização da COP30 em Belém, onde o Brasil pretende buscar um aumento no financiamento para cumprir as metas do Acordo de Paris. A expectativa é que a postura de Trump tenha um impacto significativo nas negociações, especialmente se ele decidir retirar os Estados Unidos do acordo novamente.

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